Sou um sol que se esconde. Por traz das nuvens carregadas de chuva.
Deito minha cabeça no travesseiro. Meus fones de ouvido estrondantes. A música
tentando gritar mais alto que meus pensamentos.
Isso já está virando rotina. Meu coração se esconde. Fechando as cortinas do
sentimento. Mas não adianta. Te sinto até no vento.
Eu só quero que quando eu fechar os olhos pra dormir. Ver que você está por
perto. Sentir as palpitações do seu coração.
Eu só queria que o mundo parasse. No exato momento em que eu te abraçasse.
Gosto dessa definição : ‘’ um abraço é o encontro de dois corações ‘’. E quando
os nossos se encontram é difícil distinguir um do outro.
Se proteja nos meus braços. No calor dos meus abraços. Como se tudo fosse
fácil.
Quando os nossos olhares se cruzam. Desviamos. Ao mesmo tempo que perto. Longe
estamos.
Eu ainda espero você assumir pra mim. Que tudo que me fez sentir. Também tocou
você. Que quer me ver. Quer deitar-se no meu colo. Quer deixar-me te amar.
Sem indiretas. Sem clichês adolescentes.
Mas acho que você não consegue ver. Nem entender. A bagunça dos meus
sentimentos. A confusão dos meus pensamentos.
Tento disfarçar. Mas a angustia toma conta de mim. Tento com todas as forças
lutar contra esse amor.
Prometi pra mim mesma que não ia me entregar. Mas a vida é assim. E essa é
mais uma promessa que eu terei de quebrar.
Eu só quero que quando meu coração parar. Bater pela última vez. Poder sentir
a emoção de estar ao seu lado. A minha vontade. É que quando eu der o último suspiro
de vida. Você esteja segurando a minha mão.
Encerro esses versos com as vistas embaçadas. Essas lágrimas quentes que
escorrem pelo meu rosto. Queimam no fundo da minha alma.
Te amarei até que a lua vire sol.
Sara Póvoa