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sexta-feira, 7 de junho de 2013

O dialogar da lua





Experimente deitar nu entre as serpentes.
Sentir o deslizar gélido da morte percorrendo o seu corpo quente.
Não se mova.
Fique imóvel ou nunca mais irá saborear os prazeres da vida.
Experimente, durante uma noite de lua cheia, banhar-se nu na fria água das chuvas de inverno.
O luar na escuridão será sua lanterna.
Conheça seu corpo. Dispa-se da vergonha, do receio e da vaidade.
Saia correndo, pise nas folhas secas, mortas e desbotadas. Busque o interior do bosque e de seu bosque.
Liberte-se das amarras, da mordaça, das grades e das pesadas correntes.
Sinta o luar, o belo brilho cintilante e a grande e majestosa luz no meio da escuridão.
Não será a congelante água que irá lavar seus pecados, e sim a luz que irá penetrar na carne e expurgar os demônios que o atormentam.
Quieto, imóvel, fique somente admirando o brilho divinal que cura os males da alma.
Ignore:
O arrepio, o frio, a dor e o medo.
Sinta a irradiação que percorre a neblina e dialogue com o intimo... do seu ser.


Marco Aurélio Gomes Júnior.

 

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