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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013



Medíocre eu
Minhas sombras
Meu corpo vazio de alma que vaga por aí
Para que aqui estou?
Com que finalidade eu ei de vir a este mundo?
Eu que não sou digna
Derrotada
Me olham com desprezo
Diferente sou tratada
Nenhum crédito a mim é dado
Ainda espero por alguém que me dê a mão
Meu esforço nunca reconhecido
Revolta o meu ser
E choro o meu pranto sofrido
Ao ver aquele ciclo novamente vir a acontecer
Boba eu
Sou como alguém com calos nos pés
Insistindo mesmo assim
Colocar o sapato mais apertado
Sempre vai doer.

Sara Póvoa

terça-feira, 19 de novembro de 2013

* Ressonâncias *



Sou um sol que se esconde. Por traz das nuvens carregadas de chuva.
Deito minha cabeça no travesseiro. Meus fones de ouvido estrondantes. A música tentando gritar mais alto que meus pensamentos.
Isso já está virando rotina. Meu coração se esconde. Fechando as cortinas do sentimento. Mas não adianta. Te sinto até no vento.
Eu só quero que quando eu fechar os olhos pra dormir. Ver que você está por perto. Sentir as palpitações do seu coração.
Eu só queria que o mundo parasse. No exato momento em que eu te abraçasse. Gosto dessa definição : ‘’ um abraço é o encontro de dois corações ‘’. E quando os nossos se encontram é difícil distinguir um do outro.
Se proteja nos meus braços. No calor dos meus abraços. Como se tudo fosse fácil.
Quando os nossos olhares se cruzam. Desviamos. Ao mesmo tempo que perto. Longe estamos.
Eu ainda espero você assumir pra mim. Que tudo que me fez sentir. Também tocou você. Que quer me ver. Quer deitar-se no meu colo. Quer deixar-me te amar.
Sem indiretas. Sem clichês adolescentes.
Mas acho que você não consegue ver. Nem entender. A bagunça dos meus sentimentos. A confusão dos meus pensamentos.
Tento disfarçar. Mas a angustia toma conta de mim. Tento com todas as forças lutar contra esse amor.
Prometi pra mim mesma que não ia me entregar. Mas a vida é assim. E essa é mais uma promessa que eu terei de quebrar.
Eu só quero que quando meu coração parar. Bater pela última vez. Poder sentir a emoção de estar ao seu lado. A minha vontade. É que quando eu der o último suspiro de vida. Você esteja segurando a minha mão.
Encerro esses versos com as vistas embaçadas. Essas lágrimas quentes que escorrem pelo meu rosto. Queimam no fundo da minha alma.
Te amarei até que a lua vire sol.


Sara Póvoa

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Sacrifício



Pegue aquele punhal enferrujado.
Crave-o em meu peito.
Retire a única parte que o pertence desse corpo rejeitado.
Substitua-o pela estrela que lhe dei.
Costure-me com os dourados fios de seu cabelo.
Jogue meu corpo mutilado na congelante água de nosso rio.
Deixe que a minha carcaça seja levada pela correnteza
E que a minha alma viva satisfeita
Durante toda a eternidade
Junto à dos Deuses Pagãos.

Marco Aurélio Gomes Júnior.


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Acidente

Carne fresca, sem vida, esgotada.
Criatura fria, pálida.
Com o restante de seu sangue coagulado dentro do crânio exposto.
São traumas ou traumatismos?
Sua pele foi perfurada pelo vidro.
Suas mãos foram decepadas pelo metal.
Suas pernas foram esmagadas pelo impacto.
O corpo destroçado, já azulado.
Que fora arremeçado contra a inflexível presença da natureza.
Agora aguarda, naquela estrada, sobre a sombra fresca, o inútil e tardio resgate.


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Condenado

Por que corres em direção à morte?
Por que buscas a autodestruição?
Contente-se com:
Sua vida miserável.
O fétido odor que você exala.
A lama.
Os esgotos.
Mostro, praga, criatura destrutiva ... ser humano.
Quando constrói, destrói.
Sua noção deturpada de beleza e perfeição
Assassina a virtude e a criação dos Deuses.
Você incendeia as sementes da vida.
Apunhala a terra fértil.
Consome sua bondade.
Depois a ignora.
Aberração racional.
Primata mutante.
Lixo ambulante.
Que transpira chorume.
Vomita matéria tóxica radioativa.
Palavras radioativas.
Destrutivas.
Compulsivas.
No fim, praga humana.
Serás obrigado a consumir.
Toda desgraça que criaste.
Se intoxicará.
Com seu veneno.
Continue a ignorar a aproximação
De seu inevitável fim.
Já que a ignorância não amedronta
Sua alma
Já condenada.


Marco Aurélio Gomes Júnior.


sábado, 20 de julho de 2013

Absorto



A distância existente entre nossos corpos tortura cada mísero instante de minha vida, embriagado pelo absinto.
Lembro-me dos nossos raros momentos até então perdidos em minha memória.
Recordo-me dos detalhes de sua face.
Do cheiro natural do seu corpo, do seu perfume, da textura de sua pele e do som de sua voz.
Ah, que saudades tenho de sua voz e de seu olhar.
Nunca lhe negaria:
O meu sorriso.
O meu abraço.
O meu respirar.
A minha vida.
 A minha presença.
A minha existência.
Algum dia colocaremos um fim a lonjura e desintegrarei a saudade que me tortura.
Nossas vidas tornar-se-ão pulsar no mesmo ritmo e outrora.
Todos os amorosos suspiros
Serão convertidos
Em nossos maiores anseios.

Marco Aurélio Gomes Júnior.


sexta-feira, 21 de junho de 2013

Vejo Ouço Sinto




Vejo:
Dois corpos em uma cama.
Caricias suaves.
Leves apertos.
O deslizar sobre o lençol.
O entrelaçar das mãos.
O suor que escorre.
O movimento das pernas.
O brilho no olhar.
Um singelo sorriso após o beijo.
O arrepio da pele após o toque.
Ouço:
O estalar dos beijos.
O ranger da cama.
Os sussurros.
Os gemidos.
O deslizar sobre o lençol.
A profunda respiração.
O som do suave toque que percorre todo o corpo.
As juras de desejo.
Sinto:
O calor que habita o ambiente.
O aroma do suor que escorre pela pele.
Que o móvel não suportará.
A sintonia dos amantes.
A reciprocidade do prazer proporcionado.
O verdadeiro sentido do gozo.
A exaustão no fim.

Marco Aurélio Gomes Júnior.